terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Pode parar!

Para o mundo:





Depois dessa eu morro. Adeus.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Inteligência

Pois é...as coisas são claras. Isso é muito mais do que um filme "de galera", muito mais do que um bibelô para determinadas sensibilidades.

http://www.contracampo.com.br/89/critdarjeeling2.htm

Quero rever o filme mais uma vez. Creio que gostarei ainda mais.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

ATUação e dignidade dos medíocres

Atores e atrizes no geral são péssimos. Até os bons atores quando são péssimos, o são com brio, como nenhum outro tipo de artista sabe ser em seus respectivos ofícios. Um exemplo é o Lázaro Ramos, outro é Antônio Fagundes. Duas Vidas coloca no mesmo nível Lázaro Ramos (que fez Madame Satã) e Suzana Vieira (que faz, sempre fez e sempre fará, Suzana Vieira, uma péssima atriz na vida real). Assim como a teledramaturgia da Globo em geral, coloca no mesmo nível Daniel Oliveira e Marjorie Estiano, a menina da voz adestrada.

Portanto, Roberto Bomtempo, apesar de ser o mandíbula mais ordinário desse país, me sai em Maldição de Sampa-KU como uma variação trágica de Sérginho Malandro. O que o coloca em um nível digno já que não dá pra exigir nada mais dele do que ser tão e somente péssimo.

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Carlos Gerbase é genial. Entitular seu primeiro longa de "Tolerância" foi uma das coisas honestas que já vi, porque só com muita Tolerância (com T maiúsculo) o espectador consegue chegar ao fim do filme.
Um filme como Tolerância é natural de um mundo em que nunca existiu Fritz Lang. Uma coisa básica (e moral) como a distância entre o personagem e a câmera - ou mesmo o lugar da câmera no ambiente - é uma preocupação ausente no cinema dele. É o estilo patada de elefante "bota a cÂmera ali e faz uma imagem assim (não um plano) do Bomtempo carcando a mulher dele". Tanto faz em cima da pedra, quanto pendurado no teto ou atrás da estante.
O Gerbase é tão democrático que ele deve deixar o fotógrafo, os roteiristas, o diretor de arte e, principalmente, o compositor da trilha sonora e o atorrrr Roberto Bomtempo fazerem o que bem entenderem. Isso que eu chamo de trabalho de equipe. Só o montador é neutro.

Sick, very sick



Escrevendo o texto de O Desprezo para a Paisà eu cheguei a conclusão de uma coisa: os meus textos são absolutamente doentes e esquizofrêncos. Eu sofri pra tentar não ser óbvio, porque O Desprezo merece um pouquinho de inteligência já que ele foi tão aviltado aqui nos últimos tempos por gente como Daniel Piza com seu complexo de "Pauline Kael-é-a-crítica-mais-inteligente-da-história", logo ele achou que deveria ser ferino (custe-o-que-custar)porque claro, pra ele o que importa é mais o estilo e sua suposta perspicácia, do filme (bah, Godard) e uma duplinha dinâmica que escrevia para a Bravo! cujos nomes não me lembro e os textos tão pouco.

Mas enfim, o texto sairá na próxima edição. Não quero relê-lo.


terça-feira, 13 de novembro de 2007

CINEMA NACIONAL e etc

No ônibus outro dia indo pra Saúde, um homem de pé, pronto pra descer e fedendo a mijo vê uma "tanajura esteatopigicas" (mulher de bunda enorme), dá uma apertadinha do pau por cima da calça e fala "vadia gostosa enfiar.." - o resto da frase eu não entendi - dá uma puxada de fôlego. Dois garotos observam a cena com certa repulsa e e achando um pouco engraçado. Um deles diz em voz alta "CINEMA NACIONAL".



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Há uns meses, em Santa Tereza(no Rio), eu, a Flávia e uma amiga andávamos próximos a umas lojas de artesanato e passa um casal ao nosso lado. O cara cantava a música tema de "Ó Paí Ó" e emenda uma declaração de princípios: quando eu vejo um filme legal desses, ai é que eu quero fazer um longa mesmo".



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Em um bar na rua Augusta um baixinho careca dá aulas de cultura para seus amigos que ouvem admirados. Esbraveja que "Caetano e Gal são uns merdas...o Chico é até bom". Desliguei. Mais a frente ele solta "os filmes do Carlos Reichenbach são ruins, no início ele imitava mal Godard". Depois, mais contido vejo ele argumentando com o dedo em riste, "não gosto de Roxy Music, é new romantic".
Encontro minha amiga depois na frente do mesmo bar e ela me diz que tenho de conhecer um amigo dela, "ele é fera em cinema, vocês irão se dar super bem", justifica. Ela me aponta ele dentro bar. É o baixinho careca. Eu simulo uma dor no olho esquerdo e caio fora.

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Festa na casa de um amigo na Vila Madalena. Como ele, a maioria é de estudantes de história, sociologia e afins. Começam a detonar o Caetano "ele foi um bom artista, mas deveria calar a boca, só fala merda" e alguns afagavam Chico Buarque arbitariamente. "Se Chico fala mal do Lula ele é coerente, se fala bem é compreensível"... "Ele continua tão bom com seus sambas quanto antes", dizem alguns, "credo em cruz, o Caetano gravou Peninha", comentam outros.
A conversa vira pra Nelson Pereira do Santos e seu Raízes do Brasil. Dizem todos que o filme é ruim, concordo, mas serve como material pedagógico para a garotada, discordo.
Um cara agressivo de gadeia na cabeça polemiza "quem é Nelson Pereira, o que ele fez? ele nunca foi tudo isso que vocês dizem. Tá bom fez Vidas Secas que é obra-prima, mas fez mais o que? Nada.". Eu interfiro: "mas o melhor filme dele é Rio Zona Norte, uma maravilha que...". O Gadeiudo me interrompe, bem agressivo, quase gritando: "que maravilha o que, tá louco um filminho de samba e ai? Narrativa convencional". Não dava pra justificar. O Gadeiúdo era implacável como um paladino em favor da beleza e da política. Acho que meu amigo ficou meio constrangido com o arranca rabo. Essas coisas me derrubam. Fui pra casa ABSOLUTAMENTE deprimido, igual a uma vez que uma trotskista straight edge me chamou pro confronto porque segundo o que eu dizia, ela deduziu que Paulo Freire, o pedagogo, era uma espécie de autoritário inimigo dos trabalhadores.
Outro dia vi o Gadeiúdo compando um livro do Eduardo Galeano. Ele quase me cumprimentou. Tive certa compaixão dele.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Filmes e mais filmes

No domingo assisto Em La Ciudad de Sylvia, adorado por alguns amigos e outros nem tão amigos.
Típica sessão de Mostra: algum idiota metido a entendedor berrava "foco, foco" durante a sessão, e não entendeu que a fotografia do filme era um tanto quanto granulada mesmo.
No início achei uma bobagem. Aqueles planos que testam a duração, pensei, "que saco, filme bonito a forceps". Mas depois fui sacando qual era a do filme do Guerín. resultado: uma beleza. Gostaria de ver pelo menos mais uma três vezes.

Como alguns sabem, eu idolatro Planeta Terror. A estréia dele no circuito é hoje, entra hoje também como texto da última atualização pós-mostra na Cinética e possivelmente na semana que vem entra como texto de filme em cartaz.

Como alguns sabem, eu adoro Inácio Araújo. Infelizmente ele socou o filme nas partes baixas e eu fiquei bem chateado e deprimido.

Mas como alguns sabem também, ele não gosta de Wes Anderson, vê os Farrely meio de canto de olho e gosta de Lars Von Trier.

Lição:
O que seria do verde limão de todos gostassem do azul royal?

domingo, 28 de outubro de 2007

MOSTRA de SP 2007

Tivemos Lynch, Hou Hsiao-hsien, Tarantino e DePalma. Ainda teremos Cronemberg, Ferrara e Desplechin. Mas os filmes abaixo chamam todos esses pro pau. Vejamos como nos próximos dias Cronemberg, Desplechin e Ferrara se saem, se conseguem derrubar algum desses 3 do pódium:

1.


2.


3.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Cinemas do...

...universo além da fresta










...afrescos...







...da morte - da convalescença (ou da agonia e do extase)...














...da palavra como imagem ou da imagem como palavra (no início era o Verbo)














quinta-feira, 20 de setembro de 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Rudge Crew (+ 2)



Da esquerda para direita: Catota Catyta, Guilherme Martins, Allan Peterson dos Reis, Chiko Guarnieri, Diego Fogaça (de vermelho), Renan Fogaça.
Ajoelhados: Francis (eu) e Vébis Jr (de óculos).



Foto do aniversário do Renan. Rudge Crew reunido + 2 de títulos "rudge crew" honorários (Guilherme e Chiko).

RUDGE RAMOS, SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP. SETEMBRO DE 2007

sábado, 8 de setembro de 2007

Playlist

A seguir 10 canções punks clássicas

obs. não do "proto-punk" e Clash/Ramones ausentes (farei um post só deles)


























terça-feira, 21 de agosto de 2007

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Ain't no sunshine when she's gone.
It's not warm when she's away.
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder this time where she's gone,
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime she goes away.

And I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know,
I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know, I know

Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone, only darkness everyday.
Ain't no sunshine when she's gone,
And this house just ain't no home anytime she goes away.

Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.
Anytime she goes away.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

ATO FALHO, CONCEIÇÃO, DAS FACES E SOMBRAS

Preciso escrever sobre esses três filmes. Vejo caminhos distintos, mas também, certa semelhança na relação que os três têm entre si e com seus universos (que inclusive, dialogam).
O do Vébis Jr e do Bruno Andrade (Das Faces..., Ato Falho) são curtas, o do Daniel (+ André Sampaio, Guilherme Sarmiento, Samantha Ribeiro, Cinthia Sims)é longa.
Os três, são de longe, os filmes brasileiros mais estimulantes que vi nesse ano (obs. sim, mais do que Cão sem dono, não por acaso e baixio).
O texto será publicado pela Cinética.



Vébis dedica a Cassavetes, mas o autor é apenas uma citação, num filme cheio delas. Citações mais afetivas do que efetivas.


Conceição: Por favor, não confundir com "A Concepção". Obrigado.

domingo, 8 de julho de 2007

Grant

Não o Cary, mas o Hugh.
Digo com toda segurança que é um dos maiores atores de cinema do mundo. Mas há uma cruel ironia do destino: ele é um ator sem diretor. Muito maior que qualquer filme que tenha feito.
Estamos na era do disperdício.
O seguinte filme é uma bobagem, mas o cara é bom mesmo.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

American-Brazilian

É interessante como não tivemos um crítico influenciado de modo mais direto pela concisão do texto americano. Poderíamos falar no Inácio, mas ele está, basicamente, sob outro esfera de influências. Inácio vai diretamente ao conceito por meio de um fragmento, uma evidência. A argumentação é sólida e se completa em poucas linhas.
Já, o Filipe Furtado vai direto ao fato, à evidência. Como o bom jornalismo americano (de Hemingway, passando por Mailer a um crítico como Sarris), o texto dele é feito de tempos curtos e de idéias diretas. Pauline Kael ficou famosa mais por isso (pelo estilo e fluidez), do que por ser uma boa crítica. Como crítica ela era absolutamente insificiente com preconceitos latentes de certa intelectualidade jeca de Nova York.

Percebi um crítico diretamente influenciado pelo melhor texto americano (digo estilo e valores críticos). O Filipe Furtado.

Filipe, o mais americano dos críticos brasileiros.

Beleza pura.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O ofício do cinema - parte I




Revi A Teia do Chocolate ontem no cinema.

Chabrol não se deixa levar por preciosismos e nem quer impressionar. Há muitas ligações que podem ser estabelecidades entre Chabrol, Renoir, Lang, Hitchcock, mas uma é central (porque inicial): cineasta da economia, Chabrol sugere extrema ligação sua com o "ofício" do cinema no que ele tem de mais material e objetivo.

Assim como Hitchcok, a câmera (a máquina mesmo) existe para ocupar espaço na cena, uma cena se faz pelas entradas e saídas no (e do) plano como Lang, a centralidade de um gesto como manifesto, lição de Renoir.

Ele faz arte, claro, mas isso parece importar tanto quanto o aspecto rudimentar do cinema. Os curtos travelings enquadrando um corpo, o modo como o cineasta bifurca a ação dramática em UMA só cena a partir da profundidade de campo, a busca pela continuidade da ação em um deslocamento discreto, a consciência sutil do espaço fora de quadro, o plano como contraplano ("o plano é um contraplano", diria um outro louco). Tudo pouco, tudo pequeno, o mínimo discreto, o detalhe como um berro conceitual sem se contrapor à serenidade e fluidez assimilada da escola americana.

O filme até vale como observação social, aliás, todos os seus filmes valem. Mulheres Diabólicas e Dama de Honra dão uma lavada nos últimos Costa Gravas e Haneke por exemplo. A caracterização da aparência pura como a imagem da burguesia é certamente o mais próximo que se encontra hoje do melhor Buñuel. Ok, tudo isso é evidente. Mas depois de assistir a um filme como esse, se o melhor a dizer (escrever) é que Chabrol faz "uma crítica à burguesia francesa", realmente estamos fodidos e mal pagos.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Sobre "originalidade" ou "o melhor da crítica"

Li esse post no blog do Zanin. Queria escrever um comentário, mas estou sem tempo de escrever até e-mails, então decidi postar um comentário aqui, discussão demanda tempo, então, está fora de questão pelo menos no meu atual momento.
O Zanin fala de Homem Aranha 3. Não vi o filme. Parece que Zanin viu. E também parece que tanto faz ter visto ou não. Ele fala do Homem aranha como produto, da indústria cultural, da demanda do consumidor por um produto formatado; refuta os admiradores do "produto" e suas estratégias pra falar do filme do (super) herói.

Que não se goste do filme ou do gênero é algo perfeitamente normal, que se critique a confecção de sua dramaturgia idem. Mas o comentário do crítico sugere que o essencial do filme-produto é o produto mesmo. Diz haver algum ritmo e alguma inovação em meio à previsibilidade. Mas logo desanca a falar dessas qualidades como estratégia do cinemão para vender um produto igual aos outros.

Sim, Homem Aranha é um produto. De tão óbvio é até constrangedor repetir. Zanin denuncia falta de originalidade e falta de bom senso de quem defende. O cinemão vende clichês e o crítico erige seu discurso em cima de clichês. Mas até agora não entendi o porque que ele achou o filme ruim, ele fala de algo da dramaturgia e da natureza de um personagem super-herói. O que fica claro é seu desprezo - tão e somente - pelo que o filme representa
Seus leitores saudaram o texto como "o melhor da crítica", como algo antológico. Ok, coloquemos as coisas em seus devidos lugares.

Que se fale mal de um produto do cinemão não é coisa nova e nem surpreendente. Talvez originalidade e vigor não sejam mesmo algo tão comum no "cinemão da indústria de Hollywood", mas se espera isso, pelo menos da crítica, aquele que justamente coloca em questões problemas levantados pelo filme. Com todo respeito ao Zanin, seu texto e suas críticas ao filme também não passam de chavão e clichê, os mesmos que ouvimos de qualquer um na rua ou nas filas das salas de cinema bistrot ou nas críticas que denunciam produtos "vazios" da indústria.

O cineasta tem um ofício que naturalmente lida com mercado e indústria. Envolve dinheiro. Portanto, não me assusto com filmes-evento, ou pra usar o termo, produtos. Me assusta sim, um crítico que tem como função refletir além do que se diz corriqueramente por ai, despejar tantos lugares comuns, preconceitos, bobagens que só afirmam idéias que carecem um pouquinho só de complexidade.

Ver originalidade no Homem Aranha pode ser uma atitude de comprar gato por lebre. Agora, achar antológico o texto do Zanin é pra mim comprar rolex na 25 de março. Seu texto é uma postura ideológica muito original na década de 30 e talvez com vitalidade e função em alguma discussão dos homens de cultura do PCB na década de 50.


Enfim..

Falar clichês, da obviedade maniqueísta da trama, reconhecer somente qualidades formais que só servem para "satisfazer o público adolescente", parece só servir para alguns filmes não pra todos. Batismo de Sangue, por exemplo, é tão ou mais maniqueísta que o pior "produto de Hollywood", além de ter personagens planos, chavões e um didatismo que pode não tratar o espectador com consumidor, mas certamente como otário. Dramaturgicamente o filme de Ratton é tão esquizofrênico que resulta num mau drama político e também num mau thriller. Sua beleza é epidérmica "vejam que bela fotografia" ou "como esses atores são bons". Mau montado, mau encenado. Filmes são arte, inclusive os ruins, e como toda arte, existem conceitos, sem eles as obras não existem. O conceito de Batismo de Sangue não sabe direito a que veio, por isso, ali sempre se justifica o "tema" ou a "história". Nunca vi alguém defender aquela proposta de encenação. Formalmente, numa coisa básica de corte e composição tudo é um descalabro.

Como na lei, o rigor deveria servir para todos, não para alguns. Temas sérios e banais são relativos. Batismo de Sangue é um tema sério, assim como Pauline na Praia e Monkey Business são puras banalidades.

domingo, 15 de abril de 2007

YOT

Esse clipe é um horror. É tão constrangedor ver o Porcell reprimir um cara por ele estar mordendo um sanduba de carne de porco (o que tudo indica).
Apesar da propaganda Straight Edge, o som é uma pancada das boas.

Bad Religion

Alguns amigos lembram que Bad Religion é meio que responsável por algumas dessas bandinhas pirulito.
Bem Scorsese, Lynch, Jorge Ben também são responsáveis por uma porção de coisas por ai...

Beleza Pura:
http://www.badreligion.com/_depot/tmp/Struck%20a%20Nerve.wmv
http://www.badreligion.com/_depot/tmp/Broken.wmv

sábado, 7 de abril de 2007

Links lusitanos

Os lusitanos são bons de blog. Pelo menos esses.

As Aranhas
http://www.diespinnen.blogspot.com/

Ainda não começamos a pensar
http://aindanaocomecamos.blogspot.com/

Dias Felizes
http://last-tapes.blogspot.com/

Last Picture Show
http://last-picture-show.blogspot.com/

Manchas
http://blogmanchas.blogspot.com/


Encontrei nesses blogs uma pseudo-campanha engraçada "mais imigração: a melhor maneira de chatear estrangeiros é obrigá-los a viver em Portugal".

Link

Descobri agora, do David "ele mesmo". Reflexões curtas bem interessantes, ou seja, um genuíno blog.

http://cushingandlee.blogspot.com/

PQP!

Alguém já assistiu The Stranger Wore a Gun do André De Toth, com aqueles personagens jogando coisas e atirando em direção à câmera? caralho...

A semana santa de Nicholas Ray

As cores, a luz, a profundidade e o volume, como Rafael e Boticceli





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"Não é sangue, é vermelho"










Mais do que um jargão gracioso, nostálgico e moribundo (vide Os Sonhadores, onde a máxima parece sofrer de decomposição tanto quanto o decadentismo formal e de idéias do filme), dizer hoje que o cinema (ainda) é Nicholas Ray é resignificar uma arte pelo seu essencial. Luz, espaço e, com respeito à palavra, verdade.

Não uma verdade universal do cinema, mas as verdades de Ray estão bem evidentes em Rei dos Reis. Tudo é radical: a humanidade e a paixão do protagonista, a ofensiva social, a explosão da violência, a inevitabilidade trágica e o o papel central das cores. O olho de pintor de Ray: a luz como constraste criador de volume. O olho de arquiteto (o que ele era de formação): geometria e centralidade do plano, tendo como pressuposto...a luz.

Bem, sei lá...esse é o melhor filme que trata do personagem Jesus Cristo , que me perdoem Pasolini e Rossellini com seus belíssimos trabalhos. Pra quem ainda duvida que Jesus é mais legal que Ulisses e que acha um disparate colocar Ray ao lado de Rafael, Rimbaud..

Não é Rei dos Reis (não tem no youtube), mas ilustra bem as colocações:

sexta-feira, 23 de março de 2007

sexta-feira, 16 de março de 2007

quinta-feira, 15 de março de 2007

Sobre prêmio Jairo Ferreira e a síndrome de São Bernardo





Tento encontrar uma resposta e não consigo. Por que em festejos rituais e comemorações (como o Prêmio Jairo Ferreira, nessa última segunda, dia 12) eu simplesmente curto o evento pela metade?
Meu corpo padece, eu passo mal e tenho de ir pra casa. Talvez seja uma maldição, uma praga de mãe. Talvez seja simplesmente a histeria, aquela mesma em que a explicação mais plausível é a psicanálise que encampa.
Durante o evento, que foi ótimo e emocionante (principalmente na parte de Tonacci e da irmã do Jairo), meu estômago já dava reviravoltas. Estava eu ao lado do Karim Ainouz que deve ter achado que eu estava com um problema crônico de gases (ele meio que se defendia da minha figura até, com certo nojo e claro, cuidado, porque parece ser um gentleman).
Os filmes foram bons. O Guru e os Guris do Jairo, só mesmo o Merten pra não gostar (ele gosta de Pequena Miss Sunshine e do desenho da Barbie), o que confere: o mundo continua em ordem. O do Beto Brant é integro. Esse Cão Sem Dono é seco, a luz é dura e chama atenção para si. Ela é o filme e ele não poderia ser de outro jeito. Se alguém falar na luz de Murneau e Ferrara não estará errado. Não vou dizer que o filme é corajoso, ele tem é personalidade. Coragem até o José Joffily tem, Achados e Perdidos é um bom exemplo, personalidade (aquele movimento de talento absolutamente natural - mas não sem trabalho) são poucos.
O filme é tão casca grossa que ajudou piorar meu estado de saúde. Tanto melhor assim (pro filme que vi) e pior para meu estômago, que me tirou de cena muito cedo.

ps1. talvez seja a água de São Bernardo que voltei a beber com mais frequência. A Billings e tal. São Bernardo do Campo é uma espécie de cidade-estado de doença. Síndrome de São Bernardo.

Blog + Pessimismo + melancolia = São Bernóia
Catástrofe.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Mais um pouco sobre Janine Ribeiro

Alberto Dines, sobre a polêmica em torno do texto do filósofo Renato Janine Ribeiro em ocasião do assassinato de João Hélio aqui

terça-feira, 6 de março de 2007

Kojak

Estava vendo outro dia um episódio do seriado Kojak no TCM. Inclusive o post Dois Pontos de Vista (abaixo)tem link para o episódio em questão.
Só tenho a dizer uma coisa: uma aula de narração, marcação, ambientação - uma aula de dramaturgia e de cena, simplesmente. Com um senso de ritmo mais preciso (enxuto) do que o tal 24 horas e a maior parte do cinema americano recente. O Bruno falaria de Os Infiltrados como antítese disso. Pois bem, vendo Kojak, eu não poderia discordar.

Deriva. Percurso (Brown Bunny, Rosetta, Adeus ao Sul)







O intelecto "reaça"

Li no blog do Zanin o texto dele sobre a entrevista com Antônio Cícero na Folha de São Paulo e faço coro com ele no "senão" ao discurso do poeta e filósofo. Só que acho hilárias as reações dos leitores nos comments. O discurso deles simplesmente confirma as afirmações de Antônio Cícero sobre a dialética caolha da nossa inteligentzia progressista. Toda a discussão vai simplesmente pro ralo economicista, com jargões, raciocínios e teorias que, apesar de não estarem longe de uma leitura exemplar de questões político-sociais, tranquilizam muito dos nossos inteligentes pela lógica do "lado certo". Acusam o cara de neoliberal, filhinho de papai que estudou nos States, citam Marx à torto e à direito ("a filosofia passa pela barriga"), e falam que ele leu Fukuyama porque chamou a esquerda de "economicista". Mas toda a discussão só parece confirmar as críticas de Antônio Cícero à moral e ao pensamento de esquerda no país, mesmo que não justifiquem sua postura blasé relativizando problemas históricos na fórmula chique do "mínimo de condições dignas". Me desculpe Antônio Cícero, mas isso é peidar na água.

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Com o perdão da grosseria, mas Renato Janine Ribeiro "rasgou o cu" escrevendo aquele artigo em ocasião da morte do garoto João Hélio. Eu até entendo o modo como ele tentou mapear as emoções extremadas frente àquele momento, só que errou ao fazer disso "crítica à razão", porque, ele negando ou não, isso está evidente no papel do jornal. Mais um ponto pro Antônio Cícero.
Mas por outro lado, creio que outros formadores de opinião deveriam se conter um pouco com relação ao texto do Janine Ribeiro e entender o tipo de crise que ele expõe nesse debate. Como ele mesmo disse no Mais! desse domingo, ele não fez um texto que propunha algo, ações ou pedia maior rigidez nas leis e pena de morte. Ele fez um ensaio desajeitado sobre seu impulso e desejos de vingança ante ao horror. Mas como o mundo não é dos desajeitados, ele terá de dar conta do papel constrangedor a que se prestou, porque afinal de contas, intelectual também é gente.

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Um exercício interessante seria examinar com acuidade os discursos provocadores de gente tida como conservadora e, a despeito da descabelada convicção reacionária deles, em alguns pontos eles colocam em cheque muitas de nossas convicções "progressistas" que podem tomar a forma de demagogia.
O professor e filósofo Luiz Felipe Pondé é um reacionário clássico, aquele com ótima articulação verbal, bem longe de nossos senadores acacianos com síndrome de Ruy Barbosa. Em razão dessas leituras de fim de semana (da entrevista do Antônio Cícero ao Mais!) cheguei a uma entrevista (Chega de Modernidade) com o professor Pondé. Pois bem. Todo seu arsenal intelectual se serve de críticas à modernidade e elogios à Idade Média. A coisa toda é uma retomada da intelectualidade conservadora religiosa no debate público.

O que ele diz à respeito da limitação do discurso moderno que é muitas vezes mais resposta do que dúvida (o que seria - e é - contraditório) e da arrogância de quase instaurar um "marco zero" no mundo a partir da Idade Moderna, rejeitando tudo o que veio antes, deve ser lido com muita atenção. Só creio que sua crítica é mais válida na circustância do que no cerne. Se formos ao cerne, teremos de lidar com essa tentativa de reação conservadora, na sua convicção de que o mundo é naturalmente tormentoso, que as vanguardas são uma merda e de que o problema da humanidade é de ordem estritamente moral. Ai o cara mostra a que realmente veio e é onde faz valer o todo de suas declarações, que são essencialmente reacionárias e recacadas.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007