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"Não é sangue, é vermelho"



Mais do que um jargão gracioso, nostálgico e moribundo (vide Os Sonhadores, onde a máxima parece sofrer de decomposição tanto quanto o decadentismo formal e de idéias do filme), dizer hoje que o cinema (ainda) é Nicholas Ray é resignificar uma arte pelo seu essencial. Luz, espaço e, com respeito à palavra, verdade.
Não uma verdade universal do cinema, mas as verdades de Ray estão bem evidentes em Rei dos Reis. Tudo é radical: a humanidade e a paixão do protagonista, a ofensiva social, a explosão da violência, a inevitabilidade trágica e o o papel central das cores. O olho de pintor de Ray: a luz como constraste criador de volume. O olho de arquiteto (o que ele era de formação): geometria e centralidade do plano, tendo como pressuposto...a luz.
Bem, sei lá...esse é o melhor filme que trata do personagem Jesus Cristo , que me perdoem Pasolini e Rossellini com seus belíssimos trabalhos. Pra quem ainda duvida que Jesus é mais legal que Ulisses e que acha um disparate colocar Ray ao lado de Rafael, Rimbaud..
Não é Rei dos Reis (não tem no youtube), mas ilustra bem as colocações:
6 comentários:
Minha semana santa, como aliás acho que você já sabe, foi de Ferrara e MARY. Ou seja, você pegou ou pai e eu peguei o filho. Entre uma coisa e outra, o Espírito Santo e Amén.
essas experiências são, pra dizer o mínimo,chocantes.
Pretendo, quando estrear, fazer uma sessão dupla. Assim eu vou pro céu.
"você pegou o pai e eu peguei o filho"!
tem umas coisas que a gente lê e nem dá pra comentar, bicho...
Também revi há pouco; a cena da cura do cego é genial demais. Mas ainda prefiro o do Pasolini.
Hey, estamos falando de Ray. A conotação homoerótica está fadada.
Por sinal, esse tipo de tirada tá mais esclerosada que filme do Scorsese.
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